Outro
artefato que antes era considerado uma grande tecnologia no ambiente escolar e
que atualmente outras tecnologias o perpassaram e o tornaram algo um tanto
quanto ultrapassado foi o momeógrafo. Este (do grego mimeo: imitar,
copiar + grafia: escrita) é um instrumento utilizado para fazer cópias
de papel escrito em grande escala e utiliza na reprodução um tipo de papel
chamado estêncil e álcool. Foi um dos primeiros sistemas de cópias em série
utilizados no ensino.
O
mimeógrafo é uma máquina que requer, para além da mão-de-obra, materiais para a
geração de cópias a partir de uma matriz, como por exemplo: impressora
matricial, papel sulfite ou de outro tipo, mesa de apoio, álcool, estêncil,
scanner do texto e molha dedo.
Acredita-se
que um protótipo da máquina de impressão simples foi patenteado, em 8 de agosto
de 1887, por Thomas Alva Edison, nos Estado Unidos. A patente foi deferida em
1880, e o nome "mimeógrafo" foi utilizado pela primeira vez em 1887,
por Albert Blake Dick, que fora licenciado por Edison para a produção da nova
invenção, mas infelizmente ainda não se sabe se estas informações confirmam-se
plenamente.
A
máquina foi sendo aperfeiçoada, mantendo, entretanto, sua simplicidade de
manuseio, incorporando-se uma pequena rotativa manual — o que permitia uma
rápida reprografia de diversas cópias em pequenas tiragens. Até a ampliação do
uso das máquinas de fotocópia e outras equivalentes, de reprodução em série e
com maior qualidade, o mimeógrafo era a mais barata e eficiente forma de
impressão para pequenas tiragens, sem qualidade.
Um mimeógrafo usado
na Rússia onde se observa um
estêncil com caracteres do alfabeto cirílico. |
O
mimeógrafo foi lançado em 1880 e utilizado pela primeira vez em 1887, mas sua
utilização efetiva ocorreu apenas no século XX. Apesar de ser visto como uma
máquina obsoleta, principalmente por quem não atua na área educacional, ainda é
comercializado por grandes lojas especializadas em informática e papelaria, o
quê comprova que ainda há demanda por ele. A aceitação mercadológica existe
inclusive para mimeógrafos usados, conforme se verifica nos anúncios de
jornais, revistas e internet, os quais o apresentam sob diversas marcas, tipos,
pesos, e especificações em geral.
A
utilização do equipamento dá-se da seguinte forma: posiciona-se a página a
copiar sobre o papel estêncil e traça-se por cima os contornos dos caracteres;
coloca-se o estêncil no mimeógrafo com folhas em branco; então gira-se a
manivela. Seu ponto positivo é o baixo custo por cópia (dois centavos de Real
por cada cópia da matriz em 2009), enquanto seus pontos negativos são a as
doenças decorrentes do uso, a baixa qualidade da cópia, os desperdícios de
material (nem sempre a cópia é gerada com clareza) e a lentidão do serviço.
Raramente precisa ser consertado, e quando precisa o custo de manutenção é
baixo, quando comparado por uma fotocopiadora.
Exames
escolares mimeografados
O
mimeógrafo teve larga utilização como meio barato de produção de cópias de
textos, sobretudo em escolas. Essas máquinas tinham inicialmente a força motriz
manual, depois aperfeiçoada para a eletricidade. Os textos eram preparados com
a ajuda de uma máquina de escrever, numa matriz em papel, chamado estêncil,
impermeável e que continha a tinta concentrada numa das faces. A máquina ou um
instrumento pontiagudo (para os desenhos) faziam perfurações que permitiam a
passagem da tinta e a consequente impressão no papel. Esta tinta da matriz
dissolvia-se em álcool, que era colocado num recipiente da máquina.
Colocava-se a matriz num pequeno cilindro poroso cheio de tinta e girava-se uma
manivela que o punha a rodar. A velocidade escalar tangenciando o cilindro
impelia a tinta através da matriz, e esta imprimia diretamente no papel.
Alguns
mimeógrafos de nossa história
Mimeógrafo em imagem preto e branco utilizado por diversos escritores |
Primer mimeógrafo San Marcos |
Mimeógrafo mais comum em ambientes escolares |
Algumas informações noticiadas pelos jornais entorno do Mimeógrafo.
Notícia do jornal O Estadão. |
Notícia do jornal O Estadão. |
O que ontem era bom, hoje se tornou ultrapassado. O que hoje é maravilhoso, amanhã pode ser apenas uma recordação em fotos antigas. As tecnologias se modificam a cada piscar de olhos, a todo momento estamos sendo bombardeados por inovações, todavia isso não significa que devemos esquecer o que passou por nossa história.
Espero que tenham gostado de nossa matéria.
http://www.cidadesp.edu.br/old/mestrado_educacao/dissertacoes/2009/joseane_gomes_campos.pdf;
http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/files/2010/10/1946.5.25-mime%C3%B3grafo-impress%C3%A3o2.jpg;
http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/files/2010/10/1946.5.25-mime%C3%B3grafo-impress%C3%A3o2.jpg;
Poxa gente super legal, gostei muito. Sempre se fala muito da história do computador ou da maquina fotográfica, mas se esquecem que o mimeógrafo também tem história.
ResponderExcluirMuito interessante meninas. Estamos tão envolvidos em novas tecnologias, que por vezes nos esquecemos das antigas.
ResponderExcluirRealmente, se não fossem as tecnologias antigas não existiriam as novas e nem o aperfeiçoamento
ResponderExcluirSim, quais as doenças que são recorrentes do seu uso?
ResponderExcluirMuito interessante, obgd por compartilharem!
ResponderExcluirGostei muito da matéria. Os objetos tem história e as tecnologias também.
ResponderExcluirINTERESSANTE, estou escrevendo meu segundo livro sobre IA, e resolvi nesta segunda obra abordar a historiografia da comunicação, e gostei muito do que encontrei aqui. Parabéns.
ResponderExcluirDr. Paulo Gabriel. Ph.D